Educação Socioemocional – Coaching Poético, um projeto voluntário para o atual contexto

Educação Socioemocional – Coaching Poético, um projeto voluntário para o atual contexto

EDUCAÇÃO E POESIA

Educação e Poesia como caminho para a Cura…

A fonte é a mesma: o coração…

Sim, o “amor” é a energia básica de uma poesia, do ato de educar ou de uma verdadeira Cura…

Por quê?

É sabido que a palavra educação deriva-se do latim “educere” que significa “tirar de dentro”…

“Tirar de dentro” de um aluno somente é possível atuando com o “coração”… Simplesmente “trazer de fora” é o que a maioria faz resultando nos problemas vividos na Educação…

E poesia? Não será do “mais dentro” de cada poeta, que ela surge? Do “coração”?

E a “Cura”? Se inconscientemente uma tristeza ou ansiedade geram uma doença, claro que conscientemente o Amor por si mesmo gerará uma autocura…  

Assim o encontro de poesia, educação e cura diz respeito à percepção profunda de si mesmo no que tange a “amorosidade” presente no “mais dentro de cada um”.

Será verdade?

O grande mistério a ser enfrentado, quanto a esta temática, diz respeito à resposta da mais profunda indagação: “quem sou eu”? Sócrates já dizia há mais de dois mil anos tratar-se do “principio de toda a sabedoria”… O famoso “conhece-te a ti mesmo”…

Ora, como pode um Educador afastar-se de tal “principio”? Será “cego, conduzindo cegos”…

Assim, seja no desenvolvimento do ato de educar, seja na criação de um texto poético há de haver sempre um mergulho profundo no autoconhecimento… “Tirar” do mais dentro… Será uma percepção da unidade da Vida que vai originar a visão interdisciplinar… Será a consciência do “Ser” para que ocorra o “Fazer”, como diz Goswami…

Por que o “amor” é o ponto de partida, seja da poesia, da educação ou ainda da Cura?

Porque o mistério da resposta ao “quem sou eu?” está vinculado a metáfora do “amor”…

Sim, a Tradição Cristã, que nos é mais próxima utiliza tal “metáfora”, por assim dizer, ao afirmar que “Deus é Amor e o Ser humano Sua Imagem e Semelhança”… Assim temos uma metáfora presente há dois mil anos para dizer do mistério de quem nós somos…

Examinando o contexto histórico vemos como foi difícil para a humanidade entender tal questão! Sim, a principal Igreja surgida do cristianismo irá desenvolver cruzadas e inquisições, queimando o “inimigo” na fogueira, não obstante Jesus ter  afirmado para “amarmos o inimigo”… Não se trata de “mal”, mas, sim, da ignorância de uma humanidade ainda adolescente, incluindo-se aí, os religiosos… Basta que nos lembremos da última frase de Jesus Cristo ao ser crucificado: “Pai perdoai porque eles não sabem o que estão fazendo”.

Na verdade foi preciso a explosão da bomba atômica em 1945 para que o adolescente humano percebesse que podia destruir o planeta… Ainda segundo Goswami, será o “Fazer” sem o “Ser”… Começar a perceber que “não sabe o que está fazendo”… É então que surge um Paulo Freire nos dizendo para “conscientizarmos antes de alfabetizarmos”… Teve que fugir do Brasil, pois tal frase era considerada subversiva pelos militares… Na verdade, é o início de uma grande transformação em curso… É quando vão surgir as ONGS, como “Médicos Sem Fronteiras”, ou “Anistia Internacional”, dentre outras… É a consciência do “Ser e Fazer” integrados…

O momento que estamos vivendo é mesmo o de trazer para a Educação a conscientização já referida de Paulo Freire e ainda pouco levada às Escolas, preocupadas ainda com vestibulares, prioritariamente… Se o jovem não tomar consciência de si mesmo em primeiro lugar e do “mundo vida” à sua volta, como dizia também Freire, literalmente ele permanecerá “sem saber o que está fazendo”… Teremos então as drogas, a violência e as doenças emocionais ainda tão presentes…

A educação precisa despertar no ser humano, ou seja, “tirar de dentro”, como já referido a capacidade de realizar beleza, alegria e amor… Em outras palavras o “Ser” que iluminará o “Fazer”… Seu Fazer vai tornar-se cheio de beleza, alegria e Amor… Para tanto indispensável superar os “apegos” que irão gerar o medo de “perdas” e dar origem a um “aprisionamento” difícil de ser superado…

Sim, de todos os seres vivos conhecidos o Ser Humano é o único que pinta um quadro, faz uma sinfonia, uma poesia, dança ou cuida do Outro carente… Só que esse potencial de gerar beleza, alegria e amor precisa vir através de uma nova Educação, que podemos chamar de interdisciplinar! A educação que Freire chamava de “bancária” jamais chegará a tal nível… Esta “educação bancária” ainda é prisioneira dos “apegos” e consequente medo de avançar… Vejam que um coelho nasce “pronto”… Inexistem Escolas para coelhos… O único ser vivo conhecido, a ser educado é o Ser Humano… O potencial que

ele traz, como já referido, precisa “ser tirado do mais dentro”… Daí a importância das Artes na Educação, como aponta a Pedagogia Waldorf, que é das linhas educativas atuais, a que traz presente essa profunda visão de si mesmo, seja dos educadores, seja dos alunos… Ela propõe e realiza na sua prática, que um mesmo educador acompanhe uma classe durante os oito primeiro anos de atividade educativa!  Claro que outros educadores participam, mas há um chamado “tutor” que se ligará profundamente a cada aluno, ao acompanhá-lo nos oito anos referidos. Claro que ele precisa ser preparado para tanto, incluindo o desenvolvimento do seu próprio autoconhecimento…

O exemplo dado da Waldorf não significa que novos caminhos não estejam sendo buscados, não só partindo do autoconhecimento, como também da interdisciplinaridade. Toda esta ação está profundamente ligada à poesia que nada mais procura realizar senão construir a beleza, a alegria e o amor…

E a “Cura”? Não vai depender também de cuidados amorosos?

Percebem o vínculo de tais realidades?

Estamos vivendo um momento de grande transformação e quero antes de encerrar esta breve reflexão aprofundar a questão da “cura pela educação”…

Curar é tornar íntegra uma pessoa. Será o equilíbrio entre as varias dimensões que compõe o Ser Humano: a dimensão física, emocional, racional e espiritual. 

As Escolas, tradicionalmente ficam nos três primeiros aspectos, sendo que o emocional muitas vezes é desconsiderado… Aliás, o físico também é muitas vezes “mal tratado”… Quanto ao espiritual a maior parte dos educadores diz que é um problema “das religiões”… Este é o grande desafio hoje a ser enfrentado! Um profeta, anterior a Paulo Freire nos dizia que o processo de individuação se dará pela ligação do “ego com o self”… Sim, Jung irá retomar o processo do autoconhecimento numa visão psicológica, mas, que está intimamente ligada à Educação. Esta visão junguiana tem profunda ligação com o processo de cura, especialmente as curas emocionais que dão origem a maior parte das doenças… A própria medicina tradicional já aceitou que as doenças são psicossomáticas… Evidente que o processo de “individuação” de um aluno será, não só um caminho para a cura emocional, como também a meta básica de um processo educativo! Porém muito poucas Escolas caminham nesta direção… Seguramente o “self” é a dimensão transcendente do Ser Humano, ou seja, sua dimensão espiritual que irá nos conduzir á visão de Unidade da Vida, de onde a interdisciplinaridade vai surgir… Ignorar tal questão é ficar prisioneiro daquilo que Freire chamava de Escola Bancária: provas e notas… 

Uma visão poética e curativa da educação vai passar exatamente pela integração de um ego, hoje altamente “racionalizado”, com o “self”, de tantos “ignorado”, como sendo superstição ou problema de crença religiosa!

Chegou o momento de sairmos de tal quadro! Precisamos “abrir” uma visão interdisciplinar ensejadora de uma percepção da Unidade da Vida, como já referido.

A humanidade já conseguiu superar as monarquias absolutas, a escravidão, os grandes ditadores presentes antes de 1.945 e assistimos hoje no Oriente a queda dos últimos ditadores! É preciso olhar a Vida com um novo olhar, tal como os voluntários de tantas Organizações Não Governamentais o fazem; é preciso ampliar a consciência ecológica que vai se fazendo presente em todo o planeta… Cabe exatamente à Educação trazer para seus alunos esta nova visão da história da humanidade com uma postura poética e curativa que vai hoje florescendo… O Ser Humano não nasceu para ser infeliz ou sofredor!  Por que dentre todos os seres vivos seria o único miserável, oprimido, deprimido, drogado e assim por diante? Porque há um mistério a ser decifrado pelo Educador em nossa vivência: a liberdade! Nenhum outro ser vivo conhecido tem o “livre arbítrio” do Ser Humano, que poderá “escolher seu Caminho”! Na ausência de uma ação libertadora, como nos traz o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” o suicídio se oferece como alternativa… Assim dentro desta visão de liberdade caberá ao Educador despertar no aluno a vontade de realizar seu potencial já aqui referido de beleza, alegria e amor!

Encerro esta reflexão procurando enfatizar a importância hoje do trabalho do Educador! Sim, conscientizar seus alunos dessa evolução havida na História da Humanidade, especialmente para o “despertar” da dimensão espiritual hoje claramente distinta de qualquer religiosidade. Claro que tal afirmativa não exclui a atividade das religiões, porém há que se trabalhar nas Escolas esta dimensão espiritual do Ser Humano, para não cairmos no materialismo até aqui vivido pela maioria das pessoas. As religiões precisam ser respeitadas e mesmo serem convidadas a participar da presente reflexão, ainda mais que tantas Escolas estão ainda vinculadas às religiões… Quero lembrar como já aqui afirmei que a postura de muitos religiosos não é “má” ou está “errada”, porém, ainda está vinculada à fase “adolescente” vivida pela humanidade. Basta examinarmos, no caso da Igreja Católica o que ocorreu com o primeiro Papa após 1.945. Foi eleito João XXIII, que trouxe uma verdadeira revolução na visão até então presente no Vaticano… O assunto seria longo de aprofundarmos aqui, porém importante sua percepção, para verificarmos que a humanidade, como um todo, incluindo as religiões está vivendo uma profunda transformação!

Assim, a Cura indispensável para a humanidade como um todo, vai se tornando presente na medida em que a Educação, com auxilio da poesia nos conduz à essência de nós mesmos.

Ruy Cezar do Espírito Santo: Líder do INTERESPE e Parecerista da revista: Interdisciplinaridade.

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