DE OLHO NO FUTURO : RUMO AO SUCESSO: Quem é o PEDAGOGO? Graça Santos entrevistada pelo CONEXÃO EDUCAÇÃO do Governo do Rio de Janeiro

novembro 18, 2010

DE OLHO NO FUTURO : RUMO AO SUCESSO: Quem é o PEDAGOGO? Graça Santos entrevistada pelo CONEXÃO EDUCAÇÃO do Governo do Rio de Janeiro

Por GRACA SANTOS em Escolha Profissional, FDe olho no futuro, Orientação Profissional, Pedagogia, Trabalho do Pedagogo, Vocação

Você adora o ambiente escolar e não gosta nem de pensar no dia de dizer adeus ao colégio. Por outro lado, não cabe nos seus planos começar a dar aula, muito menos ser reprovado. Ainda assim há um jeito de se juntar aos alunos, pais e professores ano após ano. Cursar a faculdade de Pedagogia pode ser uma opção para quem é apaixonado pelo processo de ensinar e educar, além de não ver problemas em ter de administrar questões burocráticas da escola, bem como as possíveis dificuldades de aprendizado dos alunos.

“Em determinados momentos, o pedagogo é uma bússola que aponta, indica e ilumina ideias e projetos. Como consequência, leva mais felicidade ao ato de ensinar e aprender, tanto para alunos, como para professores e pais”, define a pedagoga Graça Santos, há 31 anos na área educacional, na qual, inclusive, ajudou a implantar os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), um projeto considerado revolucionário para a educação pública do país, de autoria do antropólogo Darcy Ribeiro.

O exemplo mostra as infinitas possibilidades desse profissional, que Graça procura explorar ao máximo por meio de constante aperfeiçoamento. Formada em Pedagogia, também é professora, coach, consultora e especialista em Orientação Educacional e Docência Superior. Cursou MBA em Gestão Estratégica Educacional e MBA em Gestão de Projetos com Abordagem Holística pela Unipaz, bem como o Curso Básico de Programação Neurolinguística (PNL) – uma metodologia comportamental de alta eficácia no desenvolvimento do potencial intelectual.

Como consultora, dedica-se ainda à pesquisa de tendências de gestão de pessoas, além de desenvolver projetos e ações para mudar os paradigmas profissionais de discentes do Ensino Médio, e de gerenciar programas de formulação de políticas públicas educacionais. Mas como uma profissão tão complexa começou? O que é preciso estudar para trabalhar nesta área? Para responder a tantas dúvidas, Graça nos conta, nesta entrevista, a origem, a formação e os desafios do pedagogo. “O pedagogo é aquele profissional que tem como foco principal o sucesso na aprendizagem do aluno”, resume.

Os primeiros pedagogos e os índios

A história da educação e da formação de profissionais habilitados para ensinar, no Brasil, começou com os jesuítas, ordem religiosa que veio juntamente com os colonizadores na tentativa de catequizar os índios. Em 1759, os jesuítas foram expulsos do território brasileiro. Na época eles mantinham 36 missões, 17 colégios e seminários, além de inúmeras escolas de primeiras letras.

Depois da saída da Companhia de Jesus, a educação ficou quase um século estagnada, sendo fundadas as primeiras escolas de formação de professores apenas no Império. Em 1934, Anísio Teixeira criou o primeiro curso de nível superior para professores e o Instituto da Educação, no Rio de Janeiro, então capital do Império.

“A maior contribuição brasileira à pedagogia internacional foi a invenção de um sistema de alfabetização de adultos aplicado no Rio Grande do Norte, em Sergipe e em Pernambuco, por Paulo Freire (educador e filósofo brasileiro), em 1950”, cita Graça.

Pedagogia quer dizer…

A palavra “pedagogia” tem origem na Grécia Antiga: paidós (criança) e agogé (condução). Segundo a enciclopédia livre, pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objeto é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo. Para o Dicionário Michaelis, pedagogo é o “indivíduo que se ocupa dos métodos de educação e ensino”. “Trocando em miúdos, é o profissional especialista em educação, e sua função é produzir e disseminar conhecimentos”, sintetiza a pedagoga.

Quero ser pedagogo, e agora?

De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), para se tornar pedagogo é necessário ser graduado em Pedagogia, um curso de nível superior que cuida dos assuntos relacionados à Educação por Excelência. Também chamado de Licenciatura, o curso, com duração de quatro anos, engloba diversas disciplinas, que são divididas em filosóficas, científicas e técnico-pedagógicas.

Para se especializar na área de Educação e Ensino, o profissional pode optar por cursos como: Especialização em Administração Escolar; Especialização em Formação de Recursos para Educação Infantil; Especialização em Educação Especial-Deficiência; e Mestrado em Educação Escolar.

Pedagogo não para de estudar

Além da formação comprovada e do domínio das tecnologias de informação e educação, uma das características mais importantes para o Pedagogo é a capacidade de gerenciamento da formação continuada. Para se tornar um pedagogo top de linha, é preciso ser capaz de atuar em diversas áreas educativas e compreender a educação como um fenômeno cultural, social e psíquico complexo.

É necessário ainda ter capacidade de planejamento e execução de planos e dinamismo, além de saber comunicar e transmitir ideias. O pedagogo também deve estar preparado para enfrentar, com criatividade e competência, os problemas do cotidiano, ser flexível, tolerante e atento às questões da diversidade cultural que caracterizam a sociedade, pois atuará com pais, professores e alunos.

“Estas características são sustentadas pela capacidade de observação e interpretação do mundo e pelas habilidades e competências adquiridas no dia a dia do ambiente de trabalho”, completa Graça.

O trabalho do pedagogo

– Administração escolar, para gerenciar estabelecimentos de ensino, supervisionando os materiais, recursos humanos e financeiros necessários ao funcionamento;

– Ensino, para lecionar nos Ensinos Fundamental ou Médio e, com, pós-graduação, no ensino universitário;

– Educação Especial, para desenvolver material didático e lecionar para crianças e adultos portadores de alguma deficiência;

– Orientação Educacional, para orientar e ajudar estudantes no processo de aprendizagem com uso de métodos pedagógicos e psicológicos;

– Supervisão Educacional, para orientar e avaliar professores e educadores visando à qualidade do ensino;

– Treinamento de recursos humanos, para desenvolver programas de treinamento para funcionários de uma empresa;

– Assessoria pedagógica em serviços de difusão cultural (museus, centros culturais etc) e de comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, editoras, rádios e agências de publicidade);

– Terceiro Setor (ONGs), para coordenar programas e projetos de natureza educativa nas áreas da saúde, meio-ambiente, trânsito, promoção social, lazer e recreação.

Estágio obrigatório

Obrigatoriamente, para concluir o curso, é necessário realizar estágio supervisionado. Aos interessados, Graça sugere uma pesquisa no site da Uerj (www.educacao.uerj.br), onde é possível saber mais sobre a Faculdade de Educação. Os mais bem preparados, frisa a pedagoga, conquistam o seu lugar no mercado de trabalho, que é bastante concorrido.

“Por outro lado, este mercado está sempre em expansão, tanto no setor público como no privado, devido à demanda gerada nas escolas pelo crescimento demográfico. Outro incentivo, para quemse forma, é que a educação tem recursos públicos garantidos pela Constitituição de 1998”, conclui Graça.

GRACA SANTOS

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