Ensaio: Experiências fora da caixa de uma pedagoga

Ensaio: Experiências fora da caixa de uma pedagoga

Neste exato momento, me encontro aqui, impregnada de resiliência e determinação, pronta para retomar minha incansável busca por excelência e superação. Apesar das adversidades que atravessamos, recuso-me a aceitar que os obstáculos sejam um fim em si. Pelo contrário, enxergo cada um deles como valiosas oportunidades para o meu crescimento e reinvenção.

A Associação de Professores do Rio de Janeiro (APPAI) é uma das instituições que oferece benefícios aos seus associados, incluindo acesso às aulas de teatro no EPA – Espaço de Pesquisas Artísticas. Desde o início do ano letivo 2023, tenho embarcado em uma emocionante jornada de descoberta e crescimento pessoal, conectando minhas habilidades como pedagoga, palestrante, escritora e design thinker. Iniciei essa caminhada em 2019, ansiosa por explorar novos talentos e desafiar meus limites. No entanto, o mundo foi abalado pela pandemia, e meu percurso foi interrompido temporariamente.

Com uma mente aberta e destemida, percebo que esses desafios são convites irresistíveis para sair da minha zona de conforto e mergulhar profundamente em meu eu interior. E é justamente nesse espaço de exploração que descubro novas habilidades e capacidades que estavam adormecidas dentro de mim.

Para aprofundar meu conhecimento sobre o Teatro do Absurdo, movimento que desafia as convenções e revela o absurdo subjacente à existência humana, explorei as obras de dramaturgos como Samuel Beckett e Eugène Ionesco. Decidi incorporar elementos desse estilo teatral em minha esquete, buscando a dissonância entre a poesia de Drummond de Andrade e o mundo publicitário.

Através do curso de teatro, tenho a oportunidade de explorar minha paixão pela arte dramática e descobrir novas formas de expressão. Ao unir meu conhecimento pedagógico com a escrita autoral, encontro uma maneira única de transmitir mensagens significativas. A criação da esquete inspirada na poesia “Eu, Etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade é um exemplo disso.

A ideia de incluir jingles de propagandas que retratam os versos da poesia se mostrou um desafio criativo empolgante. Com a colaboração de meus colegas de curso, estamos desenvolvendo movimentos corporais bem-humorados que capturam a essência dos versos de “Eu, Etiqueta” através da curadoria de jingles de propagandas. Essa combinação inusitada entre poesia e publicidade resulta em momentos cômicos e reflexivos durante a apresentação.

Além disso, o elenco diversificado, reunindo pessoas de diferentes gerações, enriquece ainda mais essa experiência. Minha melhor amiga, Dulce Gralha (nossa Medeia), com apenas 88 anos, uma aprendiz, como ela gosta de se apresentar, um amor à primeira vista! O EPA valoriza a inclusão e a diversidade, e essa política se reflete na forma de comunicar e acolher. Trabalhar com pessoas de idades e experiências distintas traz uma variedade de perspectivas e vivências, contribuindo para a criação coletiva da esquete, batizado como “Cutuque do Texto” pelos artistas Sarah Christina Carvalho e Fernando Dias.

Durante os ensaios e apresentações, aprendo ainda mais sobre colaboração, respeito mútuo e a importância de abraçar a diversidade. A troca de ideias entre os membros do elenco nos permite explorar diferentes abordagens para a interpretação dos personagens e encontrar soluções criativas para os desafios encontrados. Essa colaboração geracional é essencial para o sucesso da nossa esquete e para o crescimento pessoal de cada um de nós.

Além das aulas de teatro, o EPA oferece uma formação abrangente com aulas complementares sobre história do teatro, técnicas de interpretação e expressão corporal e cinema. Essa abordagem nos permite aprofundar nosso conhecimento teórico e prático, preparando-nos para enfrentar os desafios do mundo teatral.

O EPA – Espaço de Pesquisas Artísticas desempenha um papel fundamental nessa jornada, fornecendo um ambiente acolhedor, instrutores experientes e uma comunidade artística vibrante. Sou grata por essas experiências e pelos aprendizados que levarei comigo para o resto da minha vida.

Portanto, encorajo a todos os que desejam explorar o teatro e a expressão artística a buscar espaços como o EPA, onde a diversidade e a inclusão são valorizadas, e onde a criatividade pode florescer em todas as suas formas e gerações. Vamos continuar a explorar os limites da arte e a conectar pessoas através da magia do teatro.

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Este texto será parte da seção “Colunistas” do site Orientando Quem Orienta. Convido calorosamente pedagogos, orientadores educacionais e demais especialistas em educação a se juntarem a nós, compartilhando suas iluminações e perspectivas valiosas. Se você tem uma abordagem inovadora, uma metodologia eficaz, uma história inspiradora ou simplesmente um insight valioso, estamos ansiosos para conhecer suas iluminações e ajudar a divulgá-las para um público mais amplo.

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