Diário Reflexivo: “Telas com Consciência: Mediação Digital em Família”

Diário Reflexivo: “Telas com Consciência: Mediação Digital em Família”

Gostaria de compartilhar com vocês o plano para o curso “Como Costurar as Telas no Tecido Familiar? Mediação Digital e o Bem-Estar nas Famílias”, baseado no Plano de Ação: Telas com Consciência – Mediação Digital em Família, que estou preparando para 2026. A ideia central é promover o uso mais equilibrado e consciente das tecnologias digitais dentro das famílias, para fortalecer os vínculos familiares e promover o bem-estar digital. A metodologia de Design Thinking será aplicada para co-criar soluções práticas e personalizadas, com foco na reflexão sobre a saúde emocional e as competências midiáticas no contexto da tecnologia.

Além disso, o curso será escalável e replicável, para alcançar um número cada vez maior de famílias e comunidades, criando uma rede de multiplicadores que levarão o conteúdo adiante, garantindo o impacto e a sustentabilidade da ação ao longo do tempo.

Escolhi a metáfora da costura porque ela traduz, com delicadeza e força, o que significa educar e mediar relações no mundo digital. Costurar é um gesto paciente, cuidadoso e intencional — assim como orientar famílias a reconstruírem seus vínculos em meio às telas. Cada ponto representa uma conversa, cada alinhavo simboliza uma escolha consciente, cada remendo revela a coragem de reparar o que precisa ser fortalecido. Assim como um tecido ganha forma quando trabalhado com afeto e técnica, as relações familiares também se reorganizam quando acolhemos, dialogamos e criamos juntos. A costura, então, torna-se metáfora do que desejo: ajudar cada família a tecer um uso mais humano, equilibrado e ético das tecnologias, sem romper o tecido das relações, mas reforçando-o com propósito e sensibilidade

Graça Santos, Multiplicadora de Educação Midiática

Fase 1: Preparando o Tecido para a Paz Digital

No início, as famílias serão convidadas a refletir sobre como o uso das telas impacta suas relações dentro de casa. Iniciaremos com a palestra interativa intitulada “Tecnologia e Família: Construindo Pontes ou Barreiras?”, que vai gerar uma conscientização inicial sobre os desafios e oportunidades do mundo digital. Em seguida, realizaremos a dinâmica “Como as Telas Moram na Nossa Casa?” para identificar as práticas digitais de cada família e, assim, construir um diagnóstico compartilhado sobre os desafios que enfrentam.

Objetivo: Criar um diagnóstico coletivo das necessidades e desafios das famílias no uso das telas, promovendo uma reflexão consciente desde o início.


Fase 2: Costurando a Confiança Digital

Nesta fase, vamos discutir as duas principais abordagens de mediação digital: mediação ativa (diálogo e confiança) e mediação restritiva (controle e vigilância). A roda de conversa “Como Promover a Autonomia Digital sem Perder o Controle Saudável?” será o espaço para as famílias refletirem sobre o impacto emocional de cada abordagem e as práticas que favorecem o bem-estar de todos os membros da casa.

Objetivo: Aprofundar a compreensão sobre as diferentes abordagens de mediação digital e escolher a que mais se alinha às realidades familiares, com um olhar atento para o bem-estar emocional.


Fase 3: Interpretando as Ferramentas de Mediação Digital

Aqui, entra a parte prática: vamos explorar ferramentas de controle parental como Google Family Link e Apple Tempo de Uso. O objetivo não é usá-las de forma punitiva, mas como ferramentas de educação e colaboração. Durante a oficina prática, discutiremos como essas ferramentas podem fortalecer a confiança e o relacionamento familiar, sem se tornarem instrumentos de vigilância excessiva.

Objetivo: Refletir sobre o uso colaborativo das ferramentas de controle parental, mantendo o foco no diálogo e no fortalecimento da confiança familiar.


Fase 4: Costurando Acordos Familiares de Mediação Digital

Agora, vamos para a criação de soluções práticas e personalizadas. Cada família será incentivada a criar seus próprios planos de mediação digital. Durante a oficina de ideação, elas irão cocriar suas regras e acordos sobre como usar a tecnologia de maneira equilibrada, respeitando os valores familiares e priorizando o bem-estar emocional de todos os membros.

Objetivo: Permitir que as famílias cocriem soluções próprias para um uso saudável da tecnologia, empoderando-os a aplicar suas estratégias de forma contínua e adaptável.


Fase 5: Experimentando e Ajustando a Costura Digital

Cada família implementará seu Plano Familiar de Mediação Digital e compartilhará suas experiências com o grupo. Durante os encontros, receberão feedback coletivo, o que permitirá ajustar as soluções propostas, garantindo que sejam práticas e viáveis no cotidiano de cada família.

Objetivo: Testar e ajustar as soluções de mediação digital para garantir que as práticas se adaptem às necessidades reais de cada família e possam ser replicadas em diferentes contextos.


Fase 6: Verificando a Resistência do Tecido Familiar

Após 45 dias, faremos um acompanhamento com as famílias para avaliar a eficácia dos planos implementados. Esse encontro será um momento importante para identificar os desafios persistentes e realizar os ajustes necessários, garantindo que as práticas de mediação digital se tornem sustentáveis a longo prazo.

Objetivo: Avaliar a continuidade das práticas e garantir que o uso das tecnologias seja equilibrado, promovendo um ambiente digital saudável e sustentável.


Imagens e Vídeos

Durante o curso, registraremos todas as atividades com fotos, vídeos e depoimentos dos participantes. As imagens serão usadas para ilustrar a implementação das ideias e a interação das famílias, além de ajudar a compartilhar os impactos da ação com outras famílias que participarão no futuro.

Diário Reflexivo

Diário Reflexivo: Relato sobre a Aplicação no Futuro (2026)

Objetivos:
Ao final do curso, espera-se que as famílias se sintam capacitadas a usar as tecnologias de forma saudável e equilibrada, fortalecendo os vínculos familiares e refletindo sobre o impacto das telas no bem-estar emocional de todos.

Resultados Esperados:
Espera-se que 85% dos participantes implementem e ajustem seus planos de mediação digital. O curso visa também melhorar a comunicação entre pais e filhos, reduzindo comportamentos digitais de risco e incentivando discussões abertas sobre o uso da tecnologia e seu impacto.

O que Funcionou:
A cocriação foi eficaz. As famílias se sentiram empoderadas ao desenvolver suas próprias soluções, o que aumentou a adesão e sustentabilidade dos planos. As plataformas digitais (Instagram, Wakelet, e site) também tiveram papel crucial no engajamento contínuo, proporcionando suporte constante.

Desafios:
A desigualdade de acesso digital foi um desafio, com algumas famílias tendo dificuldades para acessar as plataformas ou utilizar as ferramentas tecnológicas. Para resolver isso, materiais offline serão criados, e soluções acessíveis serão introduzidas. Além disso, a adesão dos adolescentes foi mais difícil. Estratégias específicas para os jovens serão necessárias.

Reação do Público:
A resposta foi positiva, com muitos pais relatando melhoras na comunicação e destacando como o curso os ajudou a abrir mais diálogo com seus filhos. Alguns participantes, no entanto, mencionaram dificuldades em manter a continuidade devido à falta de dispositivos suficientes.

Lições Aprendidas:
A personalização das soluções é crucial. Cada família tem realidades únicas, e as abordagens precisam ser adaptáveis. Também ficou claro que a desigualdade digital precisa ser abordada de maneira mais estruturada, oferecendo soluções adaptáveis a diferentes realidades socioeconômicas.

Reflexão Final:
A mediação digital deve ser encarada como um espaço de diálogo contínuo, onde as famílias são empoderadas para tomar decisões conscientes sobre o uso das tecnologias. As práticas devem ser flexíveis e adaptáveis, principalmente para comunidades vulneráveis.

Próximos Passos:
Expandir o projeto por meio de parcerias com escolas e ONGs, especialmente em comunidades vulneráveis. A formação de multiplicadores será essencial para replicar o curso em outras regiões, ampliando o impacto e garantindo sua sustentabilidade a longo prazo.

Conclusão:
Este curso será mais do que um simples treinamento. Ele será uma transformação no relacionamento das famílias com a tecnologia, promovendo vínculos familiares mais fortes e um uso equilibrado e ético das tecnologias. Ao longo de 2026, esperamos expandir esse impacto, formando uma rede de multiplicadores que garantirá a continuidade do projeto, criando um ambiente digital saudável e consciente para todos os envolvidos

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