(Isto já acontecia em 1996…no Paraná, e aqui no RIo de Janeiro….Que vazio, eu sinto.) GS
Uma tentativa de reflexão mais profunda sobre a forma dos currículos, a  formação dos professores e a burocracia governamental envolvendo a  educação começa a se consolidar e provocar polêmicas no Paraná. Mais  precisamente no distrito de Faxinal do Céu, município de Pinhão, no sul  do estado. É lá que fica a Universidade do Professor, um projeto do  governo estadual para reciclagem e aperfeiçoamento dos professores da  rede estadual, dentro de um programa de valorização do magistério.  Localizado dentro da vila dos funcionários da usina hidrelétrica de Foz  do Areia, a Universidade do Professor é uma espécie de grande fórum de  discussões do ensino. A cada semana, cerca de novecentos professores de  todo o estado passam uma semana inteira em Faxinal, no chamado regime de  imersão, onde entre outras coisas trocam experiências pedagógicas.  Essas outras coisas incluem uma overdose de informação cultural:  participam de palestras sobre filosofia, literatura e pintura, assistem  filmes, óperas, peças de teatro e concertos de música erudita, onde têm  oportunidade de tomar contato com alguns dos melhores especialistas  dessas áreas no País, como o escritor e memorialista Antônio Carlos  Villaça, o filósofo Cláudio Ulpiano, o escritor, ensaísta e tradutor  Marco Lucchesi (autor da tradução do último livro do supererudito  escritor italiano Umberto Eco, que elogiou pessoalmente o trabalho), a  escritora Marina Colassanti, e a atriz NataliaThimberg.  AGUÇAR A CURIOSIDADE  O conceito aplicado em Faxinal é o da educação através da arte, que abre  horizontes e aguça curiosidades. Durante essa imersão de uma semana,  tudo é informação voltada ao estímulo da sensibilidade artística. As  ruas da vila têm nomes de escritores, compositores, artistas e filósofos  (rua Cecília Meireles, praça Os Lusíadas, Quadra da Filosofia). Durante  o almoço, ouve-se música erudita, em geral clássica ou barroca ou ainda  jazz e MPB de boa qualidade. Antes do início de uma palestra, os  participantes assistem a vídeos, que podem ser tanto um documentário  sobre o Museu do Louvre, quanto o filme “Fantasia”, clássico do desenho  animado de Walt Disney ou ainda o musical “Sinatra Suite”, em que o  bailarino Mikhail Barishnikov dança ao som de clássicos cantados por  Frank Sinatra.  Em vez de tratar de pedagogia ou cursos de treinamento, o projeto tenta  melhorar a cultura geral dos participantes, usando arte para  praticamente tudo. Um exemplo prático: em vez de discutir a inveja e o  ciúme através de moldes psicológicos, usa-se o “Othello”, de  Shakespeare, através da ópera de Verdi ou o filme de Franco Zefirelli.  Muitos participantes podem estar assistindo pela primeira vez a uma  ópera.  O que um professor aprende em Faxinal não é teoria pedagógica ou  receitas para fazer uma aula melhor, mas “uma reflexão profunda sobre a  problemática do professor, como ponto central da educação”, explica  Arthur Pereira e Oliveira Filho, coordenador-geral dos Seminários de  Educação Avançada, que é o nome completo do que se faz na Universidade  do Professor. “O que procuramos é despertar no professor uma reflexão  dele como pessoa e na sua função estratégica de educar crianças”,  acrescenta.  Graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com  pós-graduações na França, Finlândia e Canadá, Arthur começou a exercitar  suas teorias sobre educação em 1974, quando era secretário executivo de  um programa de capacitação de executivos da Brascan, e aplicou um  programa de treinamento que aprendeu na University of Western Ontário,  no Canadá. A partir disso, criou uma empresa, o Centro de Educação  Gerencial Avançada, que passou a dar treinamento para executivos de  grandes companhias, como Souza Cruz, Alcan, Alcoa, Eletrobrás, Banco  Real, Bamerindus, Shell e grupo Monteiro Aranha.’ “Mais dúvidas,  melhores perguntas, desejo de aprender e de ampliar a consciência da  própria ignorância”, diz Arthur, resumindo as teorias de John Nicholson,  um professor canadense que inspirou os seminários.  Os cursos terminaram em 1980, quando Arhtur Pereira foi ser consultor da  Organização dos Estados Americanos. De volta ao Brasil em 1986,  reiniciou os seminários, e algum tempo depois conheceu o então prefeito  de Curitiba, Jaime Lerner, que mandou todo o seu secretariado para  cursos no Centro, que já funcionava em Petrópolis, numa confortável  chácara de Arthur, que já pertenceu a Carlos Lacerda. No ano passado, já  governador, Lerner teve a idéia do seminário para professores e chamou o  ex-executivo para tocar o projeto.  A EMPRESA E A ESCOLA  Loquaz, culto, viajado e em alguns momentos quase radical, Arthur  Oliveira Filho reserva palavras pouco amigáveis para tudo que diz  respeito ao Estado brasileiro. Apesar da concretização de seu projeto  ter sido possível graças a um poder público, ele faz parte daquelas  pessoas que acham que, no Brasil, as leis e os impostos servem apenas  para atrapalhar e desestimular aqueles que desejam investir. Sobre o  sistema educacional, é ainda mais duro: “Falido esquizofrênico”. Para  ele, a educação deveria ser uma estratégia empresarial. “Nos Estados  Unidos, a empresas investem nas universidades. No Brasil, não se vê  emprese investindo em educação. Mas ela não entendem que dependem do  sistema educacional”, diz.  O COMEÇO EM 1995  Os primeiros seminários foram realizados no final de 1995, para técnicos  da secretaria e dos núcleos regionais de educação do estado e diretores  das escolas, numa colônia de férias do litoral. Paralelamente, a vila  dos trabalhadores que construíram a usina de Foz do Areia foi  reconstruída. A Universidade do Professor começou a funcionar em março.  Para este ano, estão previstos 27 seminários de uma semana. Até a  terceira semana de maio, nove seminários já haviam sido feitos, para  cerca de 7.700 professores.  Divididos em quatro grupos identificados por cores diferentes,  orientados por 48 monitores, os professores imersos em Faxinal do Céu  têm três tipos de atividades: culturais, que envolvem as palestras,  filmes, peças e concertos; de qualidade de vida, onde passeiam pelos  bosques e pelo belíssimo horto florestal de Faxinal, fazem ginástica,  aprendem sobre nutrição, postura e relaxamento e as implicações disso  tudo na concentração e no aprendizado; e, por fim, o trabalho  pedagógico. Para isso, as quatro grandes alas são divididas em 24 turmas  e subdivididas até chegarem em ‘ grupos de sete pessoas.  A implantação do projeto de Faxinal do Céu custou ao governo do estado  cerca de R$ 1.0 milhões. Segundo Arthur Pereira, os 27 seminários deste  ano vão custar outros R$ 15 milhões. Parte da implantação e manutenção  do projeto foi financiada pelo Banco Mundial, dentro de um programa de  melhoria da qualidade do ensino de 1° grau, que prevê investimentos de  U$$ 200 milhões, em todo o estado.  O DESCONHECIMENTO É GERAL  Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha, 61% dos jovens paulistanos  acima de 16 anos não sabem qual é a capital do Rio Grande do Sul e 92%  não sabem quantos estados tem o Brasil. Uma outra pesquisa mostrou que  74% dos jovens norte-americanos não sabem que combater o comunismo era a  prioridade absoluta do seu governo depois da 2º Guerra Mundial. Na  Inglaterra, um terço dos jovens pesquisados não sabia dizer quem foi  Winston Churchill, um dos maiores estadistas do século. Já que estamos  falando no assunto, cabe a pergunta: o que está acontecendo com a  educação no mundo? Falou-se de Brasil, mas também de Estados Unidos e  Inglaterra, potências de Primeiro Mundo orgulhosas de seu sistema  educacional. O experiente Rubens Junqueira Portugal tem duas teorias  sobre o assunto.  A primeira, mais ligada aos tempos modernos, é que a escola não consegue  competir com o fascínio da TV e dos meios de comunicação em geral. “O  aluno tem a informação da modernidade na TV e, quando vai para a escola,  vê um museu, um ferro-velho com atores muitos piores que os da TV,  analisa. Para ele, a escola não consegue ser tão fascinante quanto a TV.  “O entertainment’ aumentou muito, e os educadores não estão preparados  para o exercício do convívio inteligente”, afirma.  FALTA O ‘IDEÁRIO”  A segunda razão, mais histórica e filosófica, está ligada à origem da  escola. Nos seus primórdios, lá pelo século IV d.C, a sala de aula, como  nós a conhecemos hoje, ficava dentro dos mosteiros e tinha como  objetivo levar o cristianismo para os povos pagãos e os bárbaros. Com a  Revolução Industrial, a partir do século XVII, o papel da escola mudou e  passou a ser o de preparar mão-de-obra para as indústrias. Nos regimes  totalitários, o ensino vem revestido de um grande fervor patriótico.  Mas, como reflete o poder dominante, quase sempre capitalista, a escola  acabou reproduzindo a linha de montagem de Henry Ford e, no entender de  Portugal, perdeu o objetivo central de ensinar algo específico. “No  Brasil, a escola se ressente de não ter um ideário, não ter um objetivo  específico”, analisa, para logo em seguida sugerir um grande objetivo:  reduzir o fosso que separa os pobres e miseráveis das camadas mais  altas. “Quem não enxerga essa necessidade, está tecendo a corda com a  qual vai ser enforcado”, conclui.  Além desse “fordismo” que domina a escola, principalmente a pública,  Portugal critica também a fragmentação do ensino, que leva o estudante a  uma grande alienação, no sentido de que não é fácil relacionar aquilo  que é aprendido na escola com a vida cotidiana do aluno.  ANTÔNIO CARLOS VILLAÇA, O ASTRO DE FAXINAL  O leitor está morrendo, porque se encontra na UTI das faculdades de  letras, cujos professores são cirurgiões, que matam a vontade do leitor  de ler. São abutres, que vão matar o texto literário. Quando fez essas  declarações, numa palestra no Rio de Janeiro, o escritor Marco Lucchesi,  ensaísta, tradutor e professor de literatura do curso de Letras da  Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tocou num ponto  nevrálgico. Afinal, eles, os professores de literatura, também não  conseguem competir com todo o “entertainment” dos meios de comunicação  de massa. Fazendo um paralelo com o que disse Rubens Portugal, após ver a  modernidade na TV, os alunos vão para a escola e, além dos atores  ruins, são obrigados a conviver com textos do século passado, totalmente  distantes da sua realidade. “Eles começam a hiperteorizar”, denuncia  Lucchesi. “De repente, do Grande Sertão de Guimarães Rosa, vemos surgir  Zeus, Júpiter, etc”, afirma.  Competir com o “entertainment” é uma tarefa a mais para um professor de  literatura. No entanto, não há um aluno de Iº e 2º grau que não tenha  que ler os famosos clássicos do romantismo brasileiro, de José de  Alencar e Bernardo Guimarães, e depois preencher aquelas irritantes  fichinhas ditas didáticas, com questões do tipo “complete as lacunas”,  que deveriam avaliar o grau de compreensão que o aluno teve do livro. Na  prática, é como tentar iniciar um leigo em música erudita usando as  óperas de Wagner ou as obras vanguardistas do alemão Karlheinz  Stockhausen. É evidente que se devem ler os autores citados, mas a  questão é quando e de que forma.  O SEDENTÁRIO  Na direção oposta dessa prática literária arcaica, está o escritor,  memorialista, jornalista e historiador Antônio Carlos Villaça, de longe o  personagem mais fascinante que os participantes dos seminários de  Faxinal do Céu têm oportunidade de conhecer.  Villaça conviveu com algumas das personalidades mais importantes da  cultura e da política do Brasil nesse século, como os poetas Carlos  Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, o ex-presidente Juscelino  Kubitschek e o jornalista Carlos Lacerda, entre muitos outros. Dono de  uma memória impressionante, que faria qualquer Power Mac ou 486 parecer  um rudimentar ábaco, é capaz de lembrar datas, endereços e até roupas  com minuciosa exatidão. Em Faxinal do Céu, ele faz conferências sobre  essas e outras personalidades, com Rui Barbosa (cujos caudalosos textos  devorou ainda na adolescência) e Machado de Assis……..  Corpulento (tem 160 centímetros de cintura, segundo uma fonte segura),  Villaça contrapõe a impressionante agilidade mental a um sedentarismo  quase absoluto. Em suas palestras, senta-se no centro do auditório em  sua poltrona especial, trazida por assistentes, e não se mexe. À exceção  das mãos, que gesticulam bastante, e dos diversos copos de água e café  com leite que consome durante as palestras.  Villaça tem a informalidade de um contador de causos, e consegue criar a  intimidade de uma avó contando reminiscências para os netos, sem nunca  deixar de lado a profundidade das análises e a riqueza histórica e até  estética dos relatos. Aos 68 anos, já escreveu 25 livros, sete deles de  memórias, incluindo “O Nariz do Morto” (1970), fortemente  autobiográfico, e o último, uma coletânea de textos memorialísticas  lançada no final de abril, que tem o enigmático título de “Os  Saltimbancos da Porciúncula”.  MÚSICA SUPRE CARÊNCIA CULTURAL  Logo no início de um dos concertos da Orquestra de Câmara Brasileira,  que costuma fazer apresentações em Faxinal do Céu, o maestro e spalla  Paulo Torres perguntou à platéia quem já havia assistido a um concerto  sinfônico. Pouquíssimas pessoas levantaram a mão, num auditório de quase  quinhentos lugares. Para essa imensa maioria, o concerto foi uma  absoluta novidade. Didático, o programa apresentou obras bastante  populares do repertório orquestral, de forma a apresentar as principais  famílias de instrumentos que compõem uma orquestra sinfônica, e  introduzir a platéia no mundo da música erudita.  Ou seja, quem nunca foi a um concerto, saiu de lá sabendo algumas  coisinhas. Mas sabendo também que não sabe um monte de outras coisas.  Falou-se, por exemplo, que a orquestra de cordas se desenvolveu muito no  período barroco, e que Haydn era contemporâneo de Mozart. Mas afinal, o  que vem a ser um período barroco, e em que época viveram esse Mozart e  esse Haydn? Perguntas como essas são cabíveis em algum professor virgem  em música erudita, após o concerto. Numa situação ainda pior, um outro  espectador do concerto pode não ter feito pergunta alguma. Talvez não  tenha tido curiosidade suficiente para fazê-las, como seria papel de  qualquer pessoa, professor ou não, quando colocada frente a um assunto  que não conhece.  SALÁRIO BAIXO  O exemplo pode ser aplicado para qualquer uma das atividades culturais  desenvolvidas nos seminários de Faxinal do Céu. Cultura geral, para a  imensa maioria, é artigo de luxo. Infelizmente, já que, em se tratando  de educadores, ela deveria ser artigo de primeira necessidade.  Percebe-se, nos participantes, um misto de perplexidade, até espanto,  com a quantidade de informações que é fornecida em tão pouco tempo, e  alguma ansiedade, de tentar absorver o máximo possível. Falta intimidade  com assuntos culturais. Falta o reconhecimento da cultura como “uma  realidade transprofissional, uma exigência profunda e pessoal, uma  finalidade transcendente, um mundo mais real do que o outro, de todos os  dias, com seus bondes, seus lotações, seus horários, suas imposições  absorventes”, como escreve Antonio Carlos Villaça em seu livro “O Nariz  do Morto”, descrevendo um dos poucos professores do seu tempo de escola  que realmente o marcaram.  Em tempo: não se está dizendo aqui que os professores estaduais do  Paraná são burros ou que não se interessam por cultura. O que se quer  dizer, e que de certa forma valida a teoria da educação por meio da  arte, é que o acesso à cultura nem sempre é uma coisa fácil. Sabe-se que  no sistema educacional brasileiro, do 1°ao 3º grau, a leitura deixou de  ser uma atividade prazerosa, natural, para se transformar numa  obrigação tediosa. Cultura também custa caro, especialmente quando se  ganha menos de R$ 300,00 por mês. Quando sobra um dinheirinho, pode não  haver livrarias ou opções culturais numa cidade muito pequena. Isso sem  falar no hábito da leitura e do costume de ir ao teatro, ao cinema e ao  concerto. A carência muitas vezes ultrapassa a cultura geral. “Nos  seminários para diretores, no ano passado, cerca de 10% dos  participantes nunca tinham visto o mar”, garante o secretario estadual  de Educação, Ramiro Wahrhaftig.  Isso leva à pergunta central sobre Faxinal do Céu: e depois? Alguns dos  participantes do seminário podem ser comparados a uma criança órfã, que  tem chance de passar uma semana numa grande e carinhosa família, cercada  de comida farta, luxo e confortos, mas é obrigada a voltar para sua  dura realidade após aquele período. A continuidade do que é feito em  Faxinal é o ponto crucial do projeto, e também o mais difícil de ser  efetivado. Durante o seminário, os participantes são passivos. Seguem a  programação e os monitores, e não precisam pagar por nada. Estão numa  condição especial, longe de casa, dos filhos e das preocupações  cotidianas. Quando voltam, carregam algum entusiasmo inercial da  agitação da semana anterior, mas têm que se tornar ativos em relação ao  consumo e ao exercício da cultura, tarefa que pode esbarrar na falta de  dinheiro e de opções.  O PRÓXIMO PROGRAMA  O professor Rubens Junqueira Portugal é o coordenador da atividade mais  importante do seminário, os trabalhos e discussões em grupo. Para ele, o  seminário toca duas questões importantes. A primeira é provocar o  intelecto dos professores, em busca de soluções alternativas para o  cerco de fatores negativos que constituem a tragédia educacional  brasileira. A segunda é tentar descondicionar os professores da atitude  rotineira e passiva a que uma significativa parte se entregou. “Nesses  seminários, já conhecemos casos notáveis e outros absurdos. Mas a grande  média é de professores cumpridores das aparências, pouco animados para  grandes aventuras de invenções pedagógicas”, analisa, para resumir com  uma metáfora: “Valorizam mais a liturgia que a fé”.  A despeito de todas as dificuldades, ele encontrou exemplos  impressionantes, como o do professor Celso Tome da Silva, da pequena  cidade de Fênix, no oeste do estado, que tem cerca de 5 mil habitantes.  “Ele é uma sumidade, criou um sistema notável de avaliação sem prova e  sem nota.” Tanto que o Ministério da Educação viabilizou recursos para  que o trabalho do professor fosse editado. Burocratização, falta de  entusiasmo e acomodamento? Todos os monitores que trabalham nos  seminários são professores que abandonam suas rotinas para trabalharem  das 5h3O da manhã às 1 lh30 da noite, sem nenhuma remuneração. “A  esmagadora maioria quer voltar”, garante Portugal.  No plano governamental, a questão da continuidade é respondida com  diversas promessas. Segundo o secretário Wahrhaftig, há um segundo  programa, posterior a Faxinal, que prevê cursos de capacitação  específicos para cada disciplina, ministrados por meio de convênios com  as universidades estaduais e federais. Além do convênio com o Bird, há  um segundo programa, chamado Proem, sendo negociado com o Banco  Interamericano de Desenvolvimento, que prevê investimentos de US$ 198  milhões para melhoria do ensino de 2° grau.