Os Quatro Pilares da Liderança para Século XXI

A nova economia exige um novo perfil de liderança. Cai o gerente e nasce o líder. Substitui-se a imposição pela persuasão, a carreira pela missão,os objetivos pela visão compartilhada, o medo pela confiança e a individualidade pelo espírito de equipe.

Em tempos de mudanças constantes e aceleradas os novos líderes devem ser adaptáveis e flexíveis, mas sem perder a essência. É como a água, se colocada no copo, toma a forma de um copo, se numa bacia, também acompanha o mesmo formato, mas nunca deixa de ser a água.
A nova liderança está baseada em quatro pilares:

O primeiro é a Visão Compartilhada.

A equipe deve se sentir parte da visão de futuro e principalmente estar consciente que está participando da construção da ponte que leva o presente ao futuro. O líder que consegue engajar seu time nessa visão, já alcançou 50% do caminho para o sucesso.
A visão compartilhada é o maior de todos os incentivos, pois desperta nas equipes o sentimento de comprometimento, o que mais o empresário deseja ter de seus colaboradores. Mas porque as pessoas não se comprometem facilmente com a vida da empresa? Por que não se sentem construtores do futuro !
O líder deve ter 80% do seu tempo no futuro e 20% no presente, enquanto sua equipe é justamente ao contrário. Mas mesmo que a equipe esteja 80% no presente, ela deve ter a plena consciência para onde está indo, o que se espera dela e quais serão suas recompensas no futuro. Este é o primeiro desafio da nova liderança.

O segundo pilar é baseado na Inteligência Emocional.

A capacidade técnica de um líder representa 20% do seu sucesso, os outros 80% estão em suas competências intrapessoais e interpessoais.

A sua inteligência intrapessoal se resume na capacidade que o líder tem em lidar com suas próprias emoções; reconhece-las, controlar os impulsos negativos e ter facilidades em superar momentos difíceis, além de ter iniciativa, boa adaptabilidade e acima de tudo otimismo.

Já sua competência interpessoal, está baseada em sua capacidade de influenciar pessoas, criar empatia se colocando no lugar delas. Esta competência também exige que o líder goste de pessoas e descubra os seus talentos mais latentes. Em alguns casos é como petróleo, o líder precisará cavar fundo para encontrar o valor.

Esta competência é altamente desafiante, pois além de tudo, o líder tem que inspirar seu time e muitas vezes gerenciar conflitos.

O terceiro pilar é o conhecimento profundo do seu negócio e o entendimento das forças que o influenciam

Esta etapa é essencial para o sucesso na liderança. Sem o domínio do conhecimento de seu negócio, o líder dá vazão para tomada de decisões equivocadas e terá grandes dificuldades de comandar a sua equipe.
Ele deve não só conhecer o seu negócio, como também todas as forças que possam influenciar seus resultados, tanto internas; pessoas, processos, novos produtos, custos etc. Como as externas; mercado, fornecedores, concorrência, clientes.

Esta nova liderança exige que o líder conheça seu negócio, mas isso não significa que ele deva ficar totalmente voltado para ele, e sim para o como seu empreendimento poderá superar as expectativas do mercado. Muitas vezes o líder precisa desaprender sobre as regras que mantém seu negócio para aprender o que li garantirá o futuro. E esta visão, misturada com a agilidade é que manterá as empresas vivas no futuro.

O quarto pilar se baseia na inteligência espiritual do líder

A mentira, a falta de fé e de ética não tem espaço na nova liderança. Os colaboradores seguirão líderes confiáveis, transparentes e que acima de tudo são justos e de personalidade magnética. E este magnetismo só é alcançado por líderes que têm fé na vida e em Deus.

A inteligência espiritual está acima da religião, não exige dogmas, apenas serenidade, pois consiste em respeitar a vida, o meio ambiente, os seres vivos e estar em constante equilíbrio e harmonia como o todo.

A nova liderança é baseada em líderes íntegros e conscientes de sua missão, seus colaboradores devem se sentir tranqüilos, pois o novo líder irradiar paz.


Marcelo de Almeida

Pedagogia que funciona

Pedagogia que funciona

Essa ideia um tanto radical pode ser uma saída. Pelo menos para as pessoas que não tenham sadismo no currículo.

Se a vida de um peixinho dependesse do seu bom senso na hora de lavar as mãos você usaria menos água? Acho que a maioria das pessoas pensaria mais…

Enquanto a água escorre, o peixinho fica com cada vez menos água no aquário. A sorte é que o designer Yan Lu não é tão malvado quanto parece – assim que a torneira é fechada, um sistema bombeia água novamente para o aquário, salvando o peixinho.

Essa é pra fazer pensar sobre um consumo mais consciente.

Referência

Energia Eficiente

Brasil lidera o ranking de abandono escolar no Mercosul, aponta IBGE

PARANÁ APRENDE COM A UNIVERSIDADE DO PROFESSOR – A cada semana, cerca de 900 professores de todo o estado fazem curso, em regime de IMERSÃO

(Isto já acontecia em 1996…no Paraná, e aqui no RIo de Janeiro….Que vazio, eu sinto.) GS

Uma tentativa de reflexão mais profunda sobre a forma dos currículos, a formação dos professores e a burocracia governamental envolvendo a educação começa a se consolidar e provocar polêmicas no Paraná. Mais precisamente no distrito de Faxinal do Céu, município de Pinhão, no sul do estado. É lá que fica a Universidade do Professor, um projeto do governo estadual para reciclagem e aperfeiçoamento dos professores da rede estadual, dentro de um programa de valorização do magistério. Localizado dentro da vila dos funcionários da usina hidrelétrica de Foz do Areia, a Universidade do Professor é uma espécie de grande fórum de discussões do ensino. A cada semana, cerca de novecentos professores de todo o estado passam uma semana inteira em Faxinal, no chamado regime de imersão, onde entre outras coisas trocam experiências pedagógicas. Essas outras coisas incluem uma overdose de informação cultural: participam de palestras sobre filosofia, literatura e pintura, assistem filmes, óperas, peças de teatro e concertos de música erudita, onde têm oportunidade de tomar contato com alguns dos melhores especialistas dessas áreas no País, como o escritor e memorialista Antônio Carlos Villaça, o filósofo Cláudio Ulpiano, o escritor, ensaísta e tradutor Marco Lucchesi (autor da tradução do último livro do supererudito escritor italiano Umberto Eco, que elogiou pessoalmente o trabalho), a escritora Marina Colassanti, e a atriz NataliaThimberg. AGUÇAR A CURIOSIDADE O conceito aplicado em Faxinal é o da educação através da arte, que abre horizontes e aguça curiosidades. Durante essa imersão de uma semana, tudo é informação voltada ao estímulo da sensibilidade artística. As ruas da vila têm nomes de escritores, compositores, artistas e filósofos (rua Cecília Meireles, praça Os Lusíadas, Quadra da Filosofia). Durante o almoço, ouve-se música erudita, em geral clássica ou barroca ou ainda jazz e MPB de boa qualidade. Antes do início de uma palestra, os participantes assistem a vídeos, que podem ser tanto um documentário sobre o Museu do Louvre, quanto o filme “Fantasia”, clássico do desenho animado de Walt Disney ou ainda o musical “Sinatra Suite”, em que o bailarino Mikhail Barishnikov dança ao som de clássicos cantados por Frank Sinatra. Em vez de tratar de pedagogia ou cursos de treinamento, o projeto tenta melhorar a cultura geral dos participantes, usando arte para praticamente tudo. Um exemplo prático: em vez de discutir a inveja e o ciúme através de moldes psicológicos, usa-se o “Othello”, de Shakespeare, através da ópera de Verdi ou o filme de Franco Zefirelli. Muitos participantes podem estar assistindo pela primeira vez a uma ópera. O que um professor aprende em Faxinal não é teoria pedagógica ou receitas para fazer uma aula melhor, mas “uma reflexão profunda sobre a problemática do professor, como ponto central da educação”, explica Arthur Pereira e Oliveira Filho, coordenador-geral dos Seminários de Educação Avançada, que é o nome completo do que se faz na Universidade do Professor. “O que procuramos é despertar no professor uma reflexão dele como pessoa e na sua função estratégica de educar crianças”, acrescenta. Graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com pós-graduações na França, Finlândia e Canadá, Arthur começou a exercitar suas teorias sobre educação em 1974, quando era secretário executivo de um programa de capacitação de executivos da Brascan, e aplicou um programa de treinamento que aprendeu na University of Western Ontário, no Canadá. A partir disso, criou uma empresa, o Centro de Educação Gerencial Avançada, que passou a dar treinamento para executivos de grandes companhias, como Souza Cruz, Alcan, Alcoa, Eletrobrás, Banco Real, Bamerindus, Shell e grupo Monteiro Aranha.’ “Mais dúvidas, melhores perguntas, desejo de aprender e de ampliar a consciência da própria ignorância”, diz Arthur, resumindo as teorias de John Nicholson, um professor canadense que inspirou os seminários. Os cursos terminaram em 1980, quando Arhtur Pereira foi ser consultor da Organização dos Estados Americanos. De volta ao Brasil em 1986, reiniciou os seminários, e algum tempo depois conheceu o então prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, que mandou todo o seu secretariado para cursos no Centro, que já funcionava em Petrópolis, numa confortável chácara de Arthur, que já pertenceu a Carlos Lacerda. No ano passado, já governador, Lerner teve a idéia do seminário para professores e chamou o ex-executivo para tocar o projeto. A EMPRESA E A ESCOLA Loquaz, culto, viajado e em alguns momentos quase radical, Arthur Oliveira Filho reserva palavras pouco amigáveis para tudo que diz respeito ao Estado brasileiro. Apesar da concretização de seu projeto ter sido possível graças a um poder público, ele faz parte daquelas pessoas que acham que, no Brasil, as leis e os impostos servem apenas para atrapalhar e desestimular aqueles que desejam investir. Sobre o sistema educacional, é ainda mais duro: “Falido esquizofrênico”. Para ele, a educação deveria ser uma estratégia empresarial. “Nos Estados Unidos, a empresas investem nas universidades. No Brasil, não se vê emprese investindo em educação. Mas ela não entendem que dependem do sistema educacional”, diz. O COMEÇO EM 1995 Os primeiros seminários foram realizados no final de 1995, para técnicos da secretaria e dos núcleos regionais de educação do estado e diretores das escolas, numa colônia de férias do litoral. Paralelamente, a vila dos trabalhadores que construíram a usina de Foz do Areia foi reconstruída. A Universidade do Professor começou a funcionar em março. Para este ano, estão previstos 27 seminários de uma semana. Até a terceira semana de maio, nove seminários já haviam sido feitos, para cerca de 7.700 professores. Divididos em quatro grupos identificados por cores diferentes, orientados por 48 monitores, os professores imersos em Faxinal do Céu têm três tipos de atividades: culturais, que envolvem as palestras, filmes, peças e concertos; de qualidade de vida, onde passeiam pelos bosques e pelo belíssimo horto florestal de Faxinal, fazem ginástica, aprendem sobre nutrição, postura e relaxamento e as implicações disso tudo na concentração e no aprendizado; e, por fim, o trabalho pedagógico. Para isso, as quatro grandes alas são divididas em 24 turmas e subdivididas até chegarem em ‘ grupos de sete pessoas. A implantação do projeto de Faxinal do Céu custou ao governo do estado cerca de R$ 1.0 milhões. Segundo Arthur Pereira, os 27 seminários deste ano vão custar outros R$ 15 milhões. Parte da implantação e manutenção do projeto foi financiada pelo Banco Mundial, dentro de um programa de melhoria da qualidade do ensino de 1° grau, que prevê investimentos de U$$ 200 milhões, em todo o estado. O DESCONHECIMENTO É GERAL Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha, 61% dos jovens paulistanos acima de 16 anos não sabem qual é a capital do Rio Grande do Sul e 92% não sabem quantos estados tem o Brasil. Uma outra pesquisa mostrou que 74% dos jovens norte-americanos não sabem que combater o comunismo era a prioridade absoluta do seu governo depois da 2º Guerra Mundial. Na Inglaterra, um terço dos jovens pesquisados não sabia dizer quem foi Winston Churchill, um dos maiores estadistas do século. Já que estamos falando no assunto, cabe a pergunta: o que está acontecendo com a educação no mundo? Falou-se de Brasil, mas também de Estados Unidos e Inglaterra, potências de Primeiro Mundo orgulhosas de seu sistema educacional. O experiente Rubens Junqueira Portugal tem duas teorias sobre o assunto. A primeira, mais ligada aos tempos modernos, é que a escola não consegue competir com o fascínio da TV e dos meios de comunicação em geral. “O aluno tem a informação da modernidade na TV e, quando vai para a escola, vê um museu, um ferro-velho com atores muitos piores que os da TV, analisa. Para ele, a escola não consegue ser tão fascinante quanto a TV. “O entertainment’ aumentou muito, e os educadores não estão preparados para o exercício do convívio inteligente”, afirma. FALTA O ‘IDEÁRIO” A segunda razão, mais histórica e filosófica, está ligada à origem da escola. Nos seus primórdios, lá pelo século IV d.C, a sala de aula, como nós a conhecemos hoje, ficava dentro dos mosteiros e tinha como objetivo levar o cristianismo para os povos pagãos e os bárbaros. Com a Revolução Industrial, a partir do século XVII, o papel da escola mudou e passou a ser o de preparar mão-de-obra para as indústrias. Nos regimes totalitários, o ensino vem revestido de um grande fervor patriótico. Mas, como reflete o poder dominante, quase sempre capitalista, a escola acabou reproduzindo a linha de montagem de Henry Ford e, no entender de Portugal, perdeu o objetivo central de ensinar algo específico. “No Brasil, a escola se ressente de não ter um ideário, não ter um objetivo específico”, analisa, para logo em seguida sugerir um grande objetivo: reduzir o fosso que separa os pobres e miseráveis das camadas mais altas. “Quem não enxerga essa necessidade, está tecendo a corda com a qual vai ser enforcado”, conclui. Além desse “fordismo” que domina a escola, principalmente a pública, Portugal critica também a fragmentação do ensino, que leva o estudante a uma grande alienação, no sentido de que não é fácil relacionar aquilo que é aprendido na escola com a vida cotidiana do aluno. ANTÔNIO CARLOS VILLAÇA, O ASTRO DE FAXINAL O leitor está morrendo, porque se encontra na UTI das faculdades de letras, cujos professores são cirurgiões, que matam a vontade do leitor de ler. São abutres, que vão matar o texto literário. Quando fez essas declarações, numa palestra no Rio de Janeiro, o escritor Marco Lucchesi, ensaísta, tradutor e professor de literatura do curso de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) tocou num ponto nevrálgico. Afinal, eles, os professores de literatura, também não conseguem competir com todo o “entertainment” dos meios de comunicação de massa. Fazendo um paralelo com o que disse Rubens Portugal, após ver a modernidade na TV, os alunos vão para a escola e, além dos atores ruins, são obrigados a conviver com textos do século passado, totalmente distantes da sua realidade. “Eles começam a hiperteorizar”, denuncia Lucchesi. “De repente, do Grande Sertão de Guimarães Rosa, vemos surgir Zeus, Júpiter, etc”, afirma. Competir com o “entertainment” é uma tarefa a mais para um professor de literatura. No entanto, não há um aluno de Iº e 2º grau que não tenha que ler os famosos clássicos do romantismo brasileiro, de José de Alencar e Bernardo Guimarães, e depois preencher aquelas irritantes fichinhas ditas didáticas, com questões do tipo “complete as lacunas”, que deveriam avaliar o grau de compreensão que o aluno teve do livro. Na prática, é como tentar iniciar um leigo em música erudita usando as óperas de Wagner ou as obras vanguardistas do alemão Karlheinz Stockhausen. É evidente que se devem ler os autores citados, mas a questão é quando e de que forma. O SEDENTÁRIO Na direção oposta dessa prática literária arcaica, está o escritor, memorialista, jornalista e historiador Antônio Carlos Villaça, de longe o personagem mais fascinante que os participantes dos seminários de Faxinal do Céu têm oportunidade de conhecer. Villaça conviveu com algumas das personalidades mais importantes da cultura e da política do Brasil nesse século, como os poetas Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o jornalista Carlos Lacerda, entre muitos outros. Dono de uma memória impressionante, que faria qualquer Power Mac ou 486 parecer um rudimentar ábaco, é capaz de lembrar datas, endereços e até roupas com minuciosa exatidão. Em Faxinal do Céu, ele faz conferências sobre essas e outras personalidades, com Rui Barbosa (cujos caudalosos textos devorou ainda na adolescência) e Machado de Assis…….. Corpulento (tem 160 centímetros de cintura, segundo uma fonte segura), Villaça contrapõe a impressionante agilidade mental a um sedentarismo quase absoluto. Em suas palestras, senta-se no centro do auditório em sua poltrona especial, trazida por assistentes, e não se mexe. À exceção das mãos, que gesticulam bastante, e dos diversos copos de água e café com leite que consome durante as palestras. Villaça tem a informalidade de um contador de causos, e consegue criar a intimidade de uma avó contando reminiscências para os netos, sem nunca deixar de lado a profundidade das análises e a riqueza histórica e até estética dos relatos. Aos 68 anos, já escreveu 25 livros, sete deles de memórias, incluindo “O Nariz do Morto” (1970), fortemente autobiográfico, e o último, uma coletânea de textos memorialísticas lançada no final de abril, que tem o enigmático título de “Os Saltimbancos da Porciúncula”. MÚSICA SUPRE CARÊNCIA CULTURAL Logo no início de um dos concertos da Orquestra de Câmara Brasileira, que costuma fazer apresentações em Faxinal do Céu, o maestro e spalla Paulo Torres perguntou à platéia quem já havia assistido a um concerto sinfônico. Pouquíssimas pessoas levantaram a mão, num auditório de quase quinhentos lugares. Para essa imensa maioria, o concerto foi uma absoluta novidade. Didático, o programa apresentou obras bastante populares do repertório orquestral, de forma a apresentar as principais famílias de instrumentos que compõem uma orquestra sinfônica, e introduzir a platéia no mundo da música erudita. Ou seja, quem nunca foi a um concerto, saiu de lá sabendo algumas coisinhas. Mas sabendo também que não sabe um monte de outras coisas. Falou-se, por exemplo, que a orquestra de cordas se desenvolveu muito no período barroco, e que Haydn era contemporâneo de Mozart. Mas afinal, o que vem a ser um período barroco, e em que época viveram esse Mozart e esse Haydn? Perguntas como essas são cabíveis em algum professor virgem em música erudita, após o concerto. Numa situação ainda pior, um outro espectador do concerto pode não ter feito pergunta alguma. Talvez não tenha tido curiosidade suficiente para fazê-las, como seria papel de qualquer pessoa, professor ou não, quando colocada frente a um assunto que não conhece. SALÁRIO BAIXO O exemplo pode ser aplicado para qualquer uma das atividades culturais desenvolvidas nos seminários de Faxinal do Céu. Cultura geral, para a imensa maioria, é artigo de luxo. Infelizmente, já que, em se tratando de educadores, ela deveria ser artigo de primeira necessidade. Percebe-se, nos participantes, um misto de perplexidade, até espanto, com a quantidade de informações que é fornecida em tão pouco tempo, e alguma ansiedade, de tentar absorver o máximo possível. Falta intimidade com assuntos culturais. Falta o reconhecimento da cultura como “uma realidade transprofissional, uma exigência profunda e pessoal, uma finalidade transcendente, um mundo mais real do que o outro, de todos os dias, com seus bondes, seus lotações, seus horários, suas imposições absorventes”, como escreve Antonio Carlos Villaça em seu livro “O Nariz do Morto”, descrevendo um dos poucos professores do seu tempo de escola que realmente o marcaram. Em tempo: não se está dizendo aqui que os professores estaduais do Paraná são burros ou que não se interessam por cultura. O que se quer dizer, e que de certa forma valida a teoria da educação por meio da arte, é que o acesso à cultura nem sempre é uma coisa fácil. Sabe-se que no sistema educacional brasileiro, do 1°ao 3º grau, a leitura deixou de ser uma atividade prazerosa, natural, para se transformar numa obrigação tediosa. Cultura também custa caro, especialmente quando se ganha menos de R$ 300,00 por mês. Quando sobra um dinheirinho, pode não haver livrarias ou opções culturais numa cidade muito pequena. Isso sem falar no hábito da leitura e do costume de ir ao teatro, ao cinema e ao concerto. A carência muitas vezes ultrapassa a cultura geral. “Nos seminários para diretores, no ano passado, cerca de 10% dos participantes nunca tinham visto o mar”, garante o secretario estadual de Educação, Ramiro Wahrhaftig. Isso leva à pergunta central sobre Faxinal do Céu: e depois? Alguns dos participantes do seminário podem ser comparados a uma criança órfã, que tem chance de passar uma semana numa grande e carinhosa família, cercada de comida farta, luxo e confortos, mas é obrigada a voltar para sua dura realidade após aquele período. A continuidade do que é feito em Faxinal é o ponto crucial do projeto, e também o mais difícil de ser efetivado. Durante o seminário, os participantes são passivos. Seguem a programação e os monitores, e não precisam pagar por nada. Estão numa condição especial, longe de casa, dos filhos e das preocupações cotidianas. Quando voltam, carregam algum entusiasmo inercial da agitação da semana anterior, mas têm que se tornar ativos em relação ao consumo e ao exercício da cultura, tarefa que pode esbarrar na falta de dinheiro e de opções. O PRÓXIMO PROGRAMA O professor Rubens Junqueira Portugal é o coordenador da atividade mais importante do seminário, os trabalhos e discussões em grupo. Para ele, o seminário toca duas questões importantes. A primeira é provocar o intelecto dos professores, em busca de soluções alternativas para o cerco de fatores negativos que constituem a tragédia educacional brasileira. A segunda é tentar descondicionar os professores da atitude rotineira e passiva a que uma significativa parte se entregou. “Nesses seminários, já conhecemos casos notáveis e outros absurdos. Mas a grande média é de professores cumpridores das aparências, pouco animados para grandes aventuras de invenções pedagógicas”, analisa, para resumir com uma metáfora: “Valorizam mais a liturgia que a fé”. A despeito de todas as dificuldades, ele encontrou exemplos impressionantes, como o do professor Celso Tome da Silva, da pequena cidade de Fênix, no oeste do estado, que tem cerca de 5 mil habitantes. “Ele é uma sumidade, criou um sistema notável de avaliação sem prova e sem nota.” Tanto que o Ministério da Educação viabilizou recursos para que o trabalho do professor fosse editado. Burocratização, falta de entusiasmo e acomodamento? Todos os monitores que trabalham nos seminários são professores que abandonam suas rotinas para trabalharem das 5h3O da manhã às 1 lh30 da noite, sem nenhuma remuneração. “A esmagadora maioria quer voltar”, garante Portugal. No plano governamental, a questão da continuidade é respondida com diversas promessas. Segundo o secretário Wahrhaftig, há um segundo programa, posterior a Faxinal, que prevê cursos de capacitação específicos para cada disciplina, ministrados por meio de convênios com as universidades estaduais e federais. Além do convênio com o Bird, há um segundo programa, chamado Proem, sendo negociado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, que prevê investimentos de US$ 198 milhões para melhoria do ensino de 2° grau.

A busca da beleza da Graça: A descoberta do poder da Mesa de Jantar

Não existia uma mesa de jantar em minha casa!
O que fiz aos poucos…Criei minha mesa de jantar…Caixotes…Gosto de Sustentabilidade. Sempre gostei de usar aquilo que era lixo…Com simplicidade..Criar…Ensinava isto aos alunos…Estou me ensinando. .Estou descobrindo o poder da mesa de jantar.

A mesa de jantar transmite muitos significados. Conheça alguns deles: – União da família: a cena da família sentada ao redor da mesa, fazendo junta as refeições é um dos mais fortes símbolos de união e comunhão familiar. – Alegria e felicidade: as pessoas mais queridas –da família aos amigos– unem-se ao redor da mesa de jantar para compartilhar momentos de alegria. – Assuntos sérios e importantes: nos momentos difíceis e importantes da família a mesa é usada para reuniões. É nela que os moradores analisam o caso e tomam as decisões necessárias. – Prosperidade e riqueza: uma mesa com muitos alimentos é um dos mais antigos símbolos de riqueza, abundância e prosperidade. – Vitalidade e energia: a cena de uma mesa com muitos alimentos é um forte símbolo de energia. Se for uma mesa com comidas coloridos representa vitalidade. Segundo o Feng Shui, é muito importante estimular as energias de uma mesa de jantar e corrigir problemas energéticos que possam prejudicá-la.

Entendendo o que está acontecendo comigo: SÍNDROME DE BURNOUT

Conhecendo mais sobre a mudança de comportamento que cada dia me estristece mais…Me procuro… Por instantes… Parece que me acho, mas logo no minuto seguinte, estou esgotada, com um nó na garganta e um medo tenebroso de me perder completamente. Esquecida…E esquecendo facilmente das coisas….Perdendo chave… Nas consultas psiquiátricas…Na sala de espera…Tenho medo do que vejo nos pacientes que entram antes de mim…Tenho medo, pânico… Um desespero de acabar minha história, embora sentindo que tenho muito a doar, ensinar, transformar… Mas não estou conseguindo ainda sair do labirinto… Penso nas leituras que fiz… Alegoria da Caverna… Platão? Me ordene! Quero ser obediente…E sair em disparada, mas ainda não consigo…Choro sem saber porque…Às vezes sorrio de um jeito diferente e incoerente para o momento…Que horroor! O que me transformei? Hoje, acordei pensando no para quê me envolvi tanto no trabalho…Com o trabalho…Desde muito menina encarava o trabalho como religião…Mamãe dizia: – Escreveu não leu o pau comeu….E quando chegar, quero encontrar pronto….Preciso me libertar deste passado…Que me conduziu, mas que agora me adoece. Que erro! Me aborreço…Deixei de lado muitas vezes minha filha…minha FLOR RARA, meu marido – EX , meu eu! Quem sou eu agora? Graça sem graça…Um absurdo…O absurdo de ser Graça sem graça. Me disseram que preciso ter Fé. Como se faz para ter Fé? Estou buscando mais entender a espiritualidade…Não sei ficar seguindo o que o Padre diz…São decorebas…Não sou boa em decorar…Sinto medo, muito medo…Não posso dirigir…Nem sempre tenho alguém para me acompanhar…Muitos médicos…Colesterol acima… Elevadíssimo… Labirintite… Coluna… Nossa! Aos 46 anos, me sinto um bom livro pouco utilizado... Uma árvore frondosa, com frutos caídos no chão. Socorro! É um grito quase surdo… Não me sinto escutada… Quem deverá me escutar? Eu, apenas eu? O que sinto não é visível…Não é uma ferida aberta onde todos olham… Dói muito! Busco o brilho no meu olhar…Quando eu o encontar…O mundo saberá. Quero mais graça em minha vida. Quero a graça perdida, escondida. Quero eu de volta.

Autoria:
Eu, depois de 31 anos de trabalho na educação… Dentre eles 24 anos de educação pública…de licença médica pela primeira vez, desde a 2ª quinzena de junho de 2010, usando medicamentos controlados para acalmar a ansiedade e dormir… Organizar as ideias…Na primeira consulta…Após o meu relato…Ouvi: – Como você deixou chegar neste ponto? Você esgotou todos os seus recursos… Esticou o elástico até arrebentar…Preciso lhe dizer que VOCÊ ESTÁ NO FUNDO DO POÇO. Nossa…Mortifiquei. E eu, uma leitora atenta de tudo que remeta a Resiliência. Estou aqui… Registrando um pequeno desabafo…Agora…De madrugada em um bom momento…Sem conseguir dormir, mas escrevendo…Tem muito mais…
O que fazer? Aceitar…E buscar a Serenidade.

Síndrome de Burnout

A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional).

O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.

Essa síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).

Outros autores, entretanto, julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do estresse genérico. Para nós, de modo geral, vamos considerar esse quadro de apatia extrema e desinteresse, não como sinônimo de algum tipo de estresse, mas como uma de suas conseqüências bastante sérias.

De fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, as observações já se estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas à avaliações.

Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.

Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.

Os autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho. Entretanto, pessoalmente, julgamos que essa Síndrome de Burnout seria a conseqüência mais depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho.

Os sintomas básicos dessa síndrome seriam, inicialmente, uma exaustão emocional onde a pessoa sente que não pode mais dar nada de si mesma. Em seguida desenvolve sentimentos e atitudes muito negativas, como por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade afetiva.

Finalmente o paciente manifesta sentimentos de falta de realização pessoal no trabalho, afetando sobremaneira a eficiência e habilidade para realização de tarefas e de adequar-se à organização.

Esta síndrome é o resultado do estresse emocional incrementado na interação com outras pessoas. Algo diferente do estresse genérico, a Síndrome de Burnout geralmente incorpora sentimentos de fracasso. Seus principais indicadores são: cansaço emocional, despersonalização e falta de realização pessoal.

Quadro Clínico
O quadro clínico da Síndrome de Burnout costuma obedecer a seguinte sintomatologia:

1. Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais
2. Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado.
3. Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral.
4. Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima.
5. É freqüente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família.
6. Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Burnout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente se referem à fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc.
7. Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.

Apesar de não ser possível estabelecer uma fórmula mágica ou regra para análise do estresse no trabalho devido a grande diversidade entre as empresas, vejamos agora algumas situações mais comumente relacionadas ao estresse no trabalho, de um modo geral.

Considera-se a Síndrome Burnout como provável responsável pela desmotivação que sofrem os profissionais da saúde atualmente. Isso sugere a possibilidade de que esta síndrome esteja implicada nas elevadas taxas de absenteísmo ocupacional que apresentam esses profissionais.

Segundo pesquisas (Martínez), a epidemiologia da Síndrome de Burnout tem aspectos bastante curiosos. Seu detalhado trabalho mostrou que os primeiros anos da carreira profissional profissional seriam mais vulneráveis ao desenvolvimento da síndrome.

Há uma preponderância do transtorno nas mulheres, possivelmente devido à dupla carga de trabalho que concilia a prática profissional e a tarefa familiar. Com relação ao estado civil, tem-se associado a síndrome mais com as pessoas sem parceiro estável.

Referência

Ballone GJ Síndrome de Burnout – in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005

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Clique aqui e leia o artigo A SÍNDROME DE BURNOUT E O TRABALHO DOCENTE
Mary Sandra Carlotto*



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28 de abril – Dia da educAÇÃO

Data da Cúpula Mundial de Educação realizada há dez anos, em Dakar. O Dia da Educação marca o compromisso de se alcançar os objetivos e as metas do Educação Para Todos (EPT) para cada cidadão e cada sociedade. Mas apesar dos avanços importantes alcançados nos últimos anos, a data nos lembra que o Brasil ainda está longe deste objetivo. Alguns números destacados pelo 20º kit do projeto “No Ar: Todos Pela Educação”, apontam que o Brasil ainda tem baixos níveis de aprendizado, que nossos professores não são devidamente valorizados e que precisamos aumentar os investimentos em Educação.