Arquivar agosto 24, 2025

Quem sou eu para educar?

Nasci no sertão, primeira filha de uma família típica pernambucana, com seis filhos. Desde muito cedo, mamãe, uma costureira, ao seu modo, apresentou-me conceitos que, até hoje, me possibilitam o maior número de conexões e, principalmente, me ensinaram a ser gente.

“Escreveu, não leu, o palco é meu. Quando chegar, quero encontrar pronto e só te ensino uma vez.” Esse é o tripé que estrutura essas conexões, e após os filtros mentais, percebo que mamãe demonstrou, sua competência amorosa, disseminando os valores universais, projetando-me que me projetaram para um mundo de possibilidades, para que eu desenvolvesse minhas múltiplas potencialidades criativas e para resolver problemas.

Cedo, aprendi o significado do verbo “cuidar”. Cuidar de mim, cuidar da casa, cuidar da roupa. Também aprendi que para ser, é preciso transgredir. “Graça, vem cuidar, menina.” Ainda ouço esse chamado. A resiliência foi e continua sendo uma aprendizagem constante de superação.

Ao entrar em contato com essas potencialidades, percebo que como fui criada garantiu a minha busca constante por um mundo melhor.

Sou curiosa e falante. Amo maiêutica! Tenho uma alma animada e, principalmente, gosto de gente. Ao final deste ano, posso contar com orgulho que, aos meus 48 anos de convivência na e pela educação, percebo que me tornei uma pessoa melhor, entendendo que a palavra tem poder e que, antes de tudo, educar é um ato de amor, presente em cada gesto, em cada olhar, em cada toque. Aprendi intensamente sendo mãe.

Ampliando a dimensão sistêmica do meu aprendizado, com papai aprendi os primeiros conceitos de sustentabilidade por ações simples, mas pedagógicas e sofisticadas: “Volte e apague a luz. Feche a torneira para escovar os dentes.” Sinto-me uma profissional consciente e sei qual é o meu lugar no mundo. Afinal, mamãe desempenhou muito bem seu papel de ser meu farol.

Na caminhada em busca de quem sou eu, conheci e convivi com pessoas surpreendentes de áreas diversas que influenciam o eterno e infinito desejo transdisciplinar de me dedicar ao despertar do potencial humano, sempre sustentada por uma proposta centrada nos valores humanos.

Alguns penduricalhos vieram com a jornada acadêmica como professora, pedagoga e orientadora educacional. Outros, tão ou mais importantes, só poderemos perceber quando caminharmos juntos, ousarmos olhar nos olhos, nos abraçarmos e sentirmos a nossa ecologia pessoal.

Sou, Graça Santos, uma cidadã planetária. Vamos caminhar juntos?

Trecho extraído do livro Coaching Educacional, de minha autoria. Esta obra marcou a publicação do meu primeiro livro em 2012 – Editora Leader.1

  1. ↩︎

O Futuro das Relações entre Família e Escola: Aprender a Aprender Juntos

Imagine uma escola onde professores, pais e alunos trabalham como uma equipe, aprendendo uns com os outros, costurando saberes para criar um futuro melhor. Parece ideal demais?

Hoje, no século XXI, essa união não é mais um sonho distante. É uma necessidade urgente para o sucesso dos nossos filhos e para o fortalecimento da comunidade escolar.

Mas como transformar reuniões formais e conversas rápidas em uma parceria viva, capaz de responder aos desafios da educação no tempo presente?

Muitas vezes, escolas e famílias vivem em “mundos paralelos”: a escola com sua rotina e metas pedagógicas; a família com sua correria, expectativas e preocupações. A falta de diálogo real cria distanciamento, desconfiança e, em alguns casos, conflitos silenciosos.


Quando essa conexão se perde, os maiores prejudicados são os estudantes. Sem alinhamento, eles recebem mensagens contraditórias, enfrentam dificuldades emocionais e perdem oportunidades de desenvolver as competências essenciais para viver e trabalhar no mundo de ho


Em mais de 40 anos de atuação na educação e no desenvolvimento humano, vi de perto como o simples ato de escutar, dialogar e agir juntos pode transformar o aprendizado, fortalecer vínculos e preparar jovens para enfrentar a vida com mais confiança e autonomia


Com experiência em programas de gestão avançada, liderança e inovação educacional, desenvolvi o Programa Educação e Família – Orientando quem Orienta para aproximar e capacitar quem educa, usando recursos da neurociência, da disciplina positiva e da educação inclusiva para criar pontes reais entre escola e família.


O programa oferece encontros, vivências e estratégias que ajudam educadores e famílias a:

  • Criar canais de comunicação claros e afetivos;
  • Desenvolver competências socioemocionais e soft skills;
  • Trabalhar com inclusão e diversidade;
  • Entender as diferenças entre gerações e adaptar a comunicação;
  • Construir juntos um projeto de vida para os estudantes, do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.


O convite é simples e poderoso: vamos aprender a aprender juntos, costurar saberes e reimaginar colaborativamente o futuro que queremos para nossos filhos e alunos. Escola e família, lado a lado, podem transformar a educação em uma experiência viva, inclusiva e significativa.